Aproveitando o
artigo “Ser afetivo e profissional – Qual o ponto de equilíbrio?” continuaremos
com análise comportamental no ambiente de trabalho, mas analisaremos a questão
emocional sobre outra perspectiva.
Segundo Freud
a transferência é um processo universal onde reagimos de acordo com
acontecimentos passados de maneira inconsciente, ou seja, o sujeito apenas age
sem perceber. Podemos também chamar de transferência o processo inconsciente de
identificação do sujeito com o outro. A transferência diz respeito a esta
relação, que pode tanto ser positiva ou negativa.
Na empresa o
colaborador pode reviver impulsos, sentimentos, fantasias, defesas e atitudes anteriores,
vividos em fases significativas (infância, por exemplo) em tipos e intensidades
diversas (admiração, amor, desconfiança, ódio, solidariedade, preconceito,
etc.).
Como
colaboradores e gestores podemos notar certos comportamentos que “não tem um
causa”, ou seja, você não fez nada para a pessoa agir daquela maneira e sente-se
incomodado por isso. O problema está quando esse comportamento atrapalha as
relações interpessoais dificultando ou em certos casos inviabilizando a
realização do trabalho.
Conhecer
informalmente o histórico do companheiro de trabalho pode ajudar a entender a
raiz de seus comportamentos. Com essas informações podemos nos posicionar de modo
a não ativar memórias negativas (transferência negativa). Por outro lado
podemos estimular suas lembranças positivas, usando isso como uma estratégia de
integração e ferramenta de motivação (transferência positiva).
O tempo do
cafezinho é também uma oportunidade de conhecer o próximo e adquirir sabedoria
sobre o ser humano. Desejo um ótimo café para todos.
Fonte: Freud, S. (1980). A dinâmica da transferência (J. O. A.
Abreu, Trad.). Em J. Salomão (Org.), Edição standard brasileira de obras
completas de Sigmund Freud (Vol. XII, pp. 131-143). Rio de Janeiro: Imago.
(Original publicado em 1912).
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