Uma ideia interessante “se materializou” ao ler o livro “Criação
Imperfeita” do autor Marcelo Gleiser. Na tentativa de entender o conteúdo denso
e interessante surgiu uma analogia fantasiosa onde antropomorfizei as
partículas elementares (Léptons e Quarks) como se fossem pessoas. Na física
quântica as partículas têm comportamentos que contrariam a simetria das
teorias. Não existe uma teoria única e perfeita para descrever o comportamento
das partículas, algumas tem sua personalidade distinta. Achei isso
incrivelmente parecido com os seres humanos. Tudo a ver! Não existe uma teoria
ou método único e sem falhas para descrever/prever o comportamento humano.
A simetria do meu ser com o próximo é um desejo encantador. Por que meu
“espelho” não age como eu? Não somos iguais geneticamente, psicologicamente,
socialmente, culturalmente, etc. Insistir nessa ilusão gera uma frustração
terrível. Muitos insistem nisso! Ás vezes conseguimos unificar (equilibrar)
algumas forças: psicológica e sociais ou sociais e culturais, por exemplo.
Podemos conseguir através de alguns esforços (às vezes com alto custo
emocional) essa harmonia. Precisamos entender o outro, ou melhor, “o ser
diferente de mim” e aceitar a natureza imperfeita humanos e relacionamentos que
precisam ser trabalhados constantemente.
A aceitação da assimetria dos seres humanos permite que possamos evitar
o atrito proveniente do ato de tentar moldar a natureza do outro a nossa forma.
Não seria bom se todas as pessoas encaixassem em nossa teoria de unificação do
universo alheio com o nosso ego?
Se as partículas as quais formam nossa matéria não se comportam de modo
simétrico, o que resta para nós seres transitórios e contraditórios? Resta a
busca por compreensão, aprendizado e tolerância pacífica com as diferenças. A
“física” da personalidade tem elementos admiráveis e inusitados.
Cada um tem sua teoria sobre si, somos eternos
aprendizes do outro.
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